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quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Colapsando.

Cada dia que passa lá se vai mais um bocadinho da minha sanidade mental.

A energia vai falhando, as coisas vão ficando por fazer. Por dizer ou por perguntar.

Cada vez sou (só) mais mãe em vez de mulher. Cada vez sou (só) mais mãe/empregada em vez de mulher, assim é que é. E o problema é que isso definitivamente não faz de mim melhor mãe. Pelo contrário. E eu nunca quis apenas isso para mim.

O cansaço, a rotina, as surpresas que vão surgindo e que nem sempre são as melhores, o desânimo e desmotivação com o trabalho, a desilusão com as pessoas que nos rodeiam....

A inércia instalada tem um poder sobre mim cada vez maior e isso não me deixa conformada mas também não me instiga. É uma chatice pegada ser assim.

É terrível ter plena consciência dos nossos problemas, saber exatamente o que devemos fazer e os caminhos que devemos seguir, mas depois não conseguimos. Não mexemos uma palha para mudar.

Poderia voltar a referir a velha máxima do "sair da zona de conforto" e justificar-me com isso. Mas não. Nem isso é. Vontade de sair dessa zona protegida eu tenho, mas o que será afinal que me limita os movimentos, as decisões, as resoluções? Ai a porra. Que depois só me apetece dizer palavrões para exorcizar esta minha angustia.

Se há uns anos me dissessem que me tornaria nisto, eu ria-me bem alto lá de cima da confiança que tinha na minha pessoa. Não falo daquela confiança suprema de que algumas pessoas padecem, que as torna seres insuportáveis e que se julgam acima de tudo e todos.

A minha confiança sempre foi uma confiança de pés assentes na terra. Uma confiança consciente de defeitos e virtudes e das capacidades que tinha para mudar ou para fazer acontecer. Fosse comigo ou com os outros.

Não sei. Se calhar já comia algo doce e reconfortante para ver se estes pensamentos do demónio me largam.

Antes que colapse por falta de açúcar ou mesmo por insanidade pura.


[O que eu admiro essas seitas do "coaching para tudo e mais alguma coisa". E invejo. Porque sei que ajudam, mas nem assim me movo.]

Olha porra outra vez.

4 comentários:

  1. Vê lá se isto te ajuda :>
    "Remembering that you are going to die is the best way I know to avoid the trap of thinking you have something to lose. You are already naked. There is no reason not to follow your heart." - Steve Jobs

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  2. Minha querida, todas nós mães-pessoas-profissionais temos momentos na vida em que nos sentimos tal como tu... e, nessa altura, não somos mesmo capazes... mas depois vêm outras fases, outros momentos, uns sinais... e arrebitamos.
    Só desejo que um abraço meu, dado com muita sinceridade, seja um de muitos empurrões para olhares para a pessoa linda que és. (Além de tudo o resto!)
    Beijocas e upa la la...

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    1. Marisa, caramba! Obrigada! Um xi super apertadinho!

      Olha e vê lá se vais falar comigo ao facebook algumas vezes!!!! ;)

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