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quarta-feira, 23 de julho de 2014

As pessoas que (não) nos fazem falta.

É da minha natureza precisar de gente, de pessoas na minha vida. Eu digo isto porque há gente que não precisa de gente na sua vida. Não sei como conseguem, mas é verdade.

As pessoas preenchem-me a vida. Dão-lhe razão de ser. Não me imagino sem as "minhas" pessoas. A vida fica-me sem combustível.

Isto para mim são certezas quase absolutas. Para já não consigo viver de outra forma.

Mas depois há pessoas que teimam em estragar tudo e preferem não fazer parte deste mundo de viver com gente. Vivem apenas no seu mundo, sozinhas. Alimentam problemas, escurecem os caminhos que fazem e tornam mais complicadas as decisões que têm que tomar. Eu não sei viver assim e confesso que lido mal com estas pessoas. 

A felicidade em torno das pessoas e o bem que umas podem fazer às outras é coisa difícil de lidar. Nem sempre é fácil clarear os caminhos de algumas.

Detesto desistir das pessoas. Principalmente daquelas que sempre estiveram comigo e que foram crescendo ao meu lado. É um esforço sobrenatural que se faz, mas às vezes tem que ser. Não há outro caminho que nos faça feliz. 

terça-feira, 6 de maio de 2014

Trabalhos (de) em casa e a culpa que as mulheres carregam. Ou não.

Tudo o que existe para fazer dentro de uma casa, sejam tarefas de limpezas, cozinhar, arrumar, cuidar dos filhos etc, são da responsabilidade de todos que habitam nessa casa. Ao longo dos tempos o papel da mulher foi mudando como todos sabemos e ela passou a estar mais horas fora de casa. Passou a desdobrar-se para conseguir dar conta dos dois recados. 

Entretanto a sociedade foi evoluindo e os homens da casa passaram a "ajudar". São vistos com muito bons olhos por "elas" e com desconfiança por "eles". Alguns exibem orgulhosamente esta sua faceta  e sem dúvida que este foi um importante passo para a redefinição dos papéis sociais que cada um ocupa, começando em casa. Agora é importante passar a mensagem e principalmente educar os nossos filhos para a diferença que é o "ajudar" do "partilhar ou dividir". 
Sem entrar em grandes conceitos ou grandes chavões e simplificando, podemos perceber que o importante é que em casa sejamos todos felizes. E essa felicidade passa também pela partilha do que há para fazer! Não se trata de ajudar a "empregada" do costume pondo a mesa ou tirar a roupa da máquina  só porque ela pediu.

Se para termos roupa lavada é precisa lava-la e para comer temos que cozinhar, então é meter as mãos à obra. 

Claro que não temos todos os mesmos dotes e há coisas que gostamos de fazer mais ou menos que outras. Quando há entendimento facilmente estas coisas se percebem e naturalmente as pessoas acabam a fazer aquilo para o qual têm mais aptidão ou gosto. Mas é importante que estejam disponíveis a tomar a iniciativa de fazer as outras coisas.  De aprender, de tentar pelo menos. Dar banho a uma criança não é um bicho de sete cabeças, apanhar roupa do estendal também não, tal como não é complicado cortar a relva do jardim, ou lavar o carro, ou pendurar quadros. 

Nós mulheres muitas das vezes perpetuamos maus hábitos nos outros. E desculpem a atribuição de parte da culpa a nós mulheres, mas ainda é o que acontece. Continuamos a ser nós as principais responsáveis pela educação dos filhos e inevitavelmente desculpamos-lhes muita coisa e deixamos que eles recebam de herança estes maus hábitos.

De uma forma simples, é importante que cada elemento do agregado perceba as necessidades dos outros respeitando a sua individualidade mas ao mesmo tempo fomentando a vida em grupo que é a FAMÍLIA! 

Para o grupo funcionar todos têm que colaborar e colaborar não é limitar-se a esperar que as coisas apareçam feitas ou que alguém nos diga o que fazer. É simplesmente ir e fazer.

Acreditem que é mais fácil do que parece. A mudança começa em nós. Na nossa forma de pensar. Mas não se julgue que não há famílias que são muito felizes mesmo sendo assim, ainda da geração do "ajudar". Se essas não se importam de o ser e funcionar assim, pois então um viva à diversidade. 

Não há soluções milagrosas mas há sem dúvida linhas orientadoras e isso já é uma grande ajuda.






quarta-feira, 30 de abril de 2014

A vida contada como trocos.

Há tantas vezes em que é assim. É que depois caímos naquela coisa de andar a contar os sentimentos como se fossem cêntimos que nem sempre chegam para um café.

Para mim a vida tem que ser contada vivida como se estivéssemos a lidar com a fortuna mais valiosa de todas. 

E os trocos dão-me cabo do porta-moedas. Prefiro notas gordas. 

Fiz-me entender?

Pois, não há problema.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Festa da Fada das Borboletas - 3 anos de vida!

Já escrevi sobre o bom que é planear e preparar as festas de aniversário dos meus filhos. Não me quero repetir mas para mim é mesmo importante comemorar a vida deles, o crescimento e a passagem de novas etapas.
Fazer festas de crianças é tão simples e básico, mas nós adultos gostamos de complicar! 

Uma criança para ser feliz no seu dia de aniversário basta-lhe ter a família e os amigos por perto, um bolo com velas para ouvir cantar-lhe os parabéns e presentes, claro! Estão sempre à espera!

Mas agora as festas têm temas e decorações a preceito. Tudo a condizer, tudo a fazer conjunto. 

Uma perdição para quem quer e pode. Eu tento rentabilizar, aproveitar e reciclar materiais. Não uso louças nem nada que seja descartável e tento aproveitar tudo o que posso de um ano para o outro. E claro, tento ser eu própria a fazer o máximo de coisas possível. Dá-me gozo, orgulho e muito prazer!

E depois ter um rapaz e uma rapariga alarga-nos os horizontes, ensina-nos coisas novas. Em Fevereiro tive a casa toda cheia de aranhas e agora em Abril fomos invadidos pelas borboletas!

Os meus filhos vão crescendo com estas manias da mãe e naturalmente vão achando que isto é o normal, ou seja, eles já pedem os temas e as decorações para a festa. Futilidade para alguns, alegria para nós.

E lá em casa eles já se habituaram que a festa é o presente dos pais, por isso todos caprichamos! 

A minha princesa fez 3 anos dia 15. Ainda em Fevereiro e imediatamente a seguir à festa do irmão ela disse prontamente que queria um bolo e uma festa das borboletas! Eu fiquei espantada e muiiito animada, confesso. Sempre pensei que quando lhe perguntasse sobre a sua festa ela me iria responder com Kitty ou com Minnie e companhia, mas não e surpreendeu-me! Ela queria simplesmente borboletas! Mais tarde lá foi falando em borboletas e fadas e princesas... 

Por isso este ano foi assim: "Fada das Borboletas" e foi muito giro! 

Em véspera de Páscoa foi uma desgraça de doces, pão de ló, amêndoas e o diabo a quatro!


cakepops da Valorfuchsia




 





Bolo e cupcakes Pinkstar Bolos

Foto Cutxie Cutxie

Macarons Valorfuchsia

Topo de Bolo - Maria Mariquitas







A minha fada das borboletas feliz e doce como só ela . 

Tanto que já me deu em 3 anos de vida! Adoro-te.



[Muito obrigada às mãos que se juntaram às minhas para ajudar com alguns pormenores. À avó M. que fez as borboletas de croché que agora vão decorar o quarto da Maria Inês, à minha querida Áurea da "Pink Star bolos" que como sempre consegue pôr em pratica as minhas ideias, à Joana da "Valorfuchsia" que mesmo à distância me aturou, percebeu e enviou tudo fresquinho, à Rita da "Cutxie Cutxie" que me fez a moldura com a montagem das fotos da Inês e à Joana da "Maria Mariquitas" que simplesmente me emocionou com a "Primavera" como ela a baptizou, e que foi provavelmente o pormenor mais doce de toda a festa!  Obrigada mesmo, meninas!]





quinta-feira, 17 de abril de 2014

"Quem tem um filho assim tem tudo."

O meu filho não é diferente dos outros no que toca à imaginação e criatividade. Ele sempre foi dado a histórias. Não que as invente muito mas gosta de adaptar coisas que ouve por aí...

Entretanto também vai buscar coisas sabe-se lá onde!

Ontem, no auge dos seus 6 anos teve uma reflexão daquelas que nos deixam pensativos e ao mesmo tempo "acordados"  para aquilo em que os miúdos reparam, pensam e dizem.

A avó contava-me hoje pelo telefone que ontem ele se virou para ela e lhe disse: "Avó quero que vivas mil anos". A avó perguntou-lhe porquê e ele respondeu prontamente: "que gosta muito dela e não quer que ela morra." Perante isto a avó perguntou se ele gostava dela mesmo quando dá ralhetes ou fica zangada com as asneiras dele. Ele confirmou que sim. E foi à vida dele. 

Quer dizer, voltou para trás e gritou:" Só não gosto muito quando discutes com o avô!"

(Olha-me este) Ela ficou indignada, obviamente, como se uma discussão fosse coisa unidireccional! Lá tentou fazê-lo perceber que mesmo as pessoas que se amam por vezes discutem e ralham umas com as outras... (bla, bla bla...)

A história podia ser só assim. Ele podia ter aprendido o sermão e pronto. Mas o meu filho tem sempre que rematar as coisas à sua maneira. 

Virou-se para a avó e disse-lhe: "Pois mas a minha mãe quando discute com o meu pai, puxa-lhe sempre os cabelos!"

Eu bem que podia dissecar este assunto, mas não vale a pena. Espero que tenha a meu favor o facto do pai dele ser careca. E pronto era isto. Agora vou começar explicar-lhe o significado da palavra deserdar...

Rascunhos. Do papel e da vida.

Confesso que não tenho tido muita vontade de vir aqui escrever. Há tanta coisa em rascunho que até me faz impressão. Depois também há os rascunhos que estão na minha cabeça e esses são os "piores".

Para já limito-me a deixar a vida rolar. 

segunda-feira, 31 de março de 2014

Tu.

Chegas e ficas. Assim todo. Sem ausências nem demoras. Corpo e alma.

Deixas (me) o teu cheiro e a tua voz no meu ombro.

Depois apertas-me em mais um abraço daqueles. Aquele embrulhar de corpos que só nós sabemos. Aquele lugar só nosso.

E vais. Tu que me deixas sempre com o sabor agridoce da despedida.

Tu. Sempre Tu.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

6 anos de vida do meu miúdo - As Festas!

Já sabem o que eu gosto de preparar e concretizar as festas de aniversário dos miúdos cá de casa. E depois todos os momentos são bons para receber família e amigos mais próximos. Os mesmos de sempre que vão testemunhando os principais acontecimentos e que vão presenciado o crescimento deles. Gosto tanto disto.

O Afonso fez 6 anos no dia de São Valentim mas este ano decidimos não estragar a noitada ao pessoal e comemoramos com um lanche ajantarado no dia 15, sábado. Comecei a cozinhar na 5ª feira ao fim do dia e posso dizer que apesar do cansaço tremendo, foi tudo feito com muito prazer.


Os 6 anos foram comemorados com o tema do Homem Aranha e só mesmo um filho para nos levar a "mexer" em coisas que detestamos - eu o-d-e-i-o aranhas! Tive a casa quase uma semana cheia delas.


No dia 14, a festa na escola e a surpresa (presente de aniversário oferecido pela avó e madrinha), foi a visita do Palhaço Mix para umas horas de animação dentro da sala com todos os amigos. Foi divertido, diferente e resultou muito bem. 

As lembranças que o Afonso ofereceu aos amigos foram umas bolachinhas cobertas com pasta de açúcar e que me deram cabo da paciência a fazer, mas tarefa da qual  não desisti.












No dia seguinte a festa em casa:











Os bolos de aniversário como sempre obra da nossa querida Áurea da PinkStar Bolos.






Uma casa cheia!   :)




quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

As voltas da vida. Ou as voltas que a vida dá.

Sempre a girar ou a correr. Ela a vida. Nós corremos com ela ou às vezes corremos atrás dela.
 
Um dia estamos na mó de cima e no outro já estamos no tapete. Erguer custa mas faz-se. Umas pessoas ajudam outras atrapalham e outras são mera paisagem.
 
Depois há as que fazem de conta. Fazem de conta que ajudam. Fazem de conta que estão lá. Fazem de conta que entendem e que sentem por nós.
 
Às vezes também nos enrolam o tapete para cairmos. Mas para não serem tão evidentes colocam a mão por baixo. Parece que estão a ajudar a levantar, mas na realidade só estão a ver de perto para terem a certeza de que caímos e nos magoamos, pelo menos um bocadinho.
 
Mas um dia essas também caem. E nós não temos coragem de ir lá fazer o mesmo. Burras. Nós. As pessoas que têm sempre pena, mesmo quando nos ferem.
 
É esperar pelas voltas da vida ou pelas voltas que a vida dá. Pode ser que ela se encarregue de fazer a justiça que é preciso.
 
 

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Music in my head XXVIII



When the days are cold
And the cards all fold
And the saints we see
Are all made of gold

When your dreams all fail
And the ones we hail
Are the worst of all
And the blood's run stale

I want to hide the truth
I want to shelter you
But with the beast inside
There's nowhere we can hide

No matter what we breed
We still are made of greed
This is my kingdom come
This is my kingdom come

When you feel my heat
Look into my eyes
It's where my demons hide
It's where my demons hide
Don't get too close
It's dark inside
It's where my demons hide
It's where my demons hide

When the curtain's call
Is the last of all
When the lights fade out
All the sinners crawl

So they dug your grave
And the masquerade
Will come calling out
At the mess you made

Don't want to let you down
But I am hell bound
Though this is all for you
Don't wanna hide the truth

No matter what we breed
We still are made of greed
This is my kingdom come
This is my kingdom come

When you feel my heat
Look into my eyes
It's where my demons hide
It's where my demons hide
Don't get too close
It's dark inside
It's where my demons hide
It's where my demons hide

They say it's what you make
I say it's up to fate
It's woven in my soul
I need to let you go
Your eyes, they shine so bright
I want to save their light
I can't escape this now
Unless you show me how

When you feel my heat
Look into my eyes
It's where my demons hide
It's where my demons hide
Don't get too close
It's dark inside
It's where my demons hide
It's where my demons hide



[Estranhos] Recantos do amor.

Gosto quando tu chegas. Quando te revejo.
Gosto de matar saudades e de me deixar levar para os recantos do teu [estranho] amor.
 
Fico assim menina, meia perdida sem saber como te chegar, como te tocar, o que te dizer.
 
Preferia olhar-te de longe, para calcular distâncias e preparar os passos. Mas tu chegas sempre de rompante com esse teu [estranho] amor. Vens sempre com estratégias prontas a desarmar-me.
 
E eu? Vou-me rendendo a esse [estranho] amor.
 
Até quando?
 

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Primavera és tu?

Este tempo deixa-me quase inerte, tipo areia que só mexe se for remexida, ou se o vento der uma ajuda.

Estou cansada de chuva, e eu que até gosto um bocadinho de frio, também já estou fartinha dele.

Estes dias têm sido difíceis de passar com gente doente semana sim, semana sim, com crianças e adultos presos em casa sem poder respirar ar puro.

Mas tudo passa. E o mau tempo também há-de ir.

Estes são alguns sinais de que a bonança vem a caminho...




quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

A vida dos outros.

A nossa vida é aquilo que fazemos com ela. Vive das voltas que lhe damos, das pessoas que a frequentam e dos acontecimentos que a preenchem. A sorte e o dinheiro também ajudam e a saúde é um pilar.

Depois também há as oportunidades. Aquelas que procuramos e das quais não desistimos e aquelas que nos dão. Seja de que modo for, o importante é fazer valer a pena.

A vida dos outros, ou melhor, a vida de "alguns outros" deixa-nos sempre a suspirar por algum pormenor. Há sempre alguém cuja vida, ou a forma como a vive, nos seduz. Suspiramos pelo seu glamour, pela beleza, pela magreza, excentricidade, pela profissão, pelo marido, pela mulher, pela sensualidade, pela criatividade, pelo cão ou pelo gato, enfim. 

Confesso que nos últimos tempos também tenho suspirando por coisas que vou vendo nos outros. Suspiro quando vejo a mãe de uma amiga do meu filho, que está pronta com os filhos sorridentes e bem dispostos, sempre a horas, à porta da escola. Suspiro ainda mais fundo, quando saio mais tarde de casa, e já vejo essa mãe em traje desportivo a fazer as suas caminhadas em passo acelerado. Suspiro quando vejo a S. que decidiu mandar o trabalho por conta de outrem, às urtigas e começou tudo de novo, num ramo diferente e a trabalhar por sua conta a partir de casa. Suspiro ainda mais quando passo à porta dela e a vejo enfiada no jardim a tratar das suas plantas. 

Suspiro acima de tudo por coisas que vejo nos outros e que gostava mesmo de ver a acontecer comigo. Hábitos que não consigo mudar, objectivos que não consigo atingir, saltos que tenho medo de dar. E tudo coisas que parecem tão simples de ser realizadas nas vidas dos outros.

Porque raio a vida dos outros nos parece sempre mais fácil de viver?



sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Queres o meu amor?

Queres? Queres o meu amor?
Vem buscá-lo. Procura-o e acarinha-o.

Usa-o sem medo e apropria-te dele para sempre.

O meu amor é teu. 
Cada gesto que ele faz, cada som que ele exprime.

Anda. Afaga-me o rosto, aperta-me num abraço e afasta-me a franja que esconde timidamente o brilho dos meus olhos, sempre que me tocas.

As tuas mãos são porto seguro, dão-me colo e conhecem-me desde o primeiro dia. Entrelaça-as nas minhas e deixa-as aí descansar.

Anda. Queres o meu amor? 

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Melancolia de Mãe

De hoje a um mês o meu filho faz 6 anos e naturalmente já entrei em modo melancolia. Volto a lembrar-me de cada momento da gravidez. Fico brava comigo se dou por mim a esquecer algum pormenor. Não quero perder nada. Foi extraordinário em termos de sentimentos e emoções. Gravidez e parto maravilhosos. Um miúdo fantástico, inteligente, curioso, amigo, sentimental... E agora caio verdadeiramente em mim e vejo que está crescido. Que me escapa a cada dia que passa. Normal. Mas estranho ainda.

Cresce ele e cresço eu enquanto mãe. Aprendo todos os dias a lidar com esta sensação de perda anunciada. É bom vê-los crescer, vê-los fazerem parte do mundo, mas também dói nas entranhas vê-los ganhar asas e sair debaixo das nossas. 

Engraçado como de uma forma inconsciente (ou nem tanto) tentamos criar barreiras ao crescimento deles, a esta fuga predestinada. 

Hoje senti isso na pele. Havia roupa para guardar nos roupeiros e não havia espaço. Fui em busca de gavetas e prateleiras que pudessem ser desocupadas ou reorganizadas. Inacreditável. No roupeiro dele ainda existia uma prateleira com babetes, mantas e bonés de quando era mais pequeno. 
No roupeiro dela ainda foi mais critico. Dois gavetões cheios de lençóis de alcofa e berço, toalhas de banho de bebé e mantas pequeninas de quando ambos eram bebés de colo. Importante referir que ela já não dorme em cama de grades desde o último verão.

Eu andava a justificar esta desordem com falta de tempo e preguicite aguda, mas não, não vou continuar a enganar-me. Tenho o coração apertado por cada lençol, manta e resguardo de cama que vou ter que guardar definitivamente. Eles não voltarão a usar aquelas coisas, eu não voltarei a dobra-las, cheirá-las, simplesmente porque eles cresceram. E sim, isso também é muito bom. Estou a aprender.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Lágrimas de mãe na sopa.

As mães choram por tudo e por nada. Pelos seus filhos. Pelos filhos dos outros também. De tristeza, de orgulho, de felicidade, de raiva, de saudade. As mães choram em qualquer lugar, que não há cá rímel à prova de água, nem olhares de lado que segurem lágrimas de mãe.
 
As lágrimas de mãe sabem a um sabor diferente. Mais salgado ou mais doce conforme o coração dela nesse dia.
 
As lágrimas de Mãe secam rápido mas transbordam ainda mais rápido. Às vezes seguem caminhos no rosto que vão direitos ao coração. Outras vezes também caem na panela da sopa que a mãe está a fazer.
 
Os filhos por vezes comem sopa de lágrimas de mãe.
 
Não é uma sopa normal.
 
É sopa de lágrimas de Mãe.
 
É sopa de sentimentos de Mãe. Rica em nutrientes especiais.
 
[a sopa de Mãe tem tanto de saborosa como de segredos, desabafos e sonhos escondidos lá pelo meio.]
 
 
 
 

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014