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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Queridos anos 80!


Para eu não me sentir assim tão bicho do mato, digam-me que também usaram, ou pelo menos, que se lembram de ver usar estas maravilhas:


 
 
 
 
Não são simplesmente leggings! Tinham aquela espécie de presilha que ficava debaixo dos pés!
Tive umas castanhas e umas pretas e adorava. Agora nem que a moda volte (acho até que já anda por aí) a mim é que não me apanham noutras!
 
Ainda fico a pensar, como foi possível??????? 
 
 
 
Saia em padrão escocês
 
 
Esta já era mais pacífica, mas foi bem antes das calças de cima! Eu era maria-rapaz, por isso, sim, tive algumas destas saias mas ficaram-se pela idade da escola primária!
Agora estão de volta e eu vou querer que a minha filha tenha! O padrão xadrez escocês está de novo na moda. Este gosto!
 
 
Lembram-se dos alfinetes que as prendiam, para que não se abrissem??
 
 
 
E as famosas saia-balão? Tive uma e foi na adolescência. Vestia-a poucas vezes, porque nessa idade da parvoeira achamos sempre que o nosso corpo tem todos os defeitos do mundo...
 
 
 
 
 
 
E olhem que já andam por aí outra vez! [Já vi em versão calção para menina, bem fofos!]
 
 
 
Queridos anos 80! (ou nem por isso?)
 
 

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Temos pena.

Provavelmente sou eu que tenho a mania. Não costumo cumprimentar todas as pessoas que vejo na rua, mas aquelas que conheço, nem que seja só de vista, costumo pelo menos sorrir ou lançar um olhar daqueles que só por si já cumprimentam...

O meu filho anda pelo 3º ano lectivo no mesmo infantário. Gosto do espírito de trabalho, da entreajuda, da empatia, da participação de todos os pais nas actividades e na vida em geral da escola.

Desde o primeiro dia, há 3 anos, que cumprimento todos com quem me cruzo nos corredores. Bom dia ou boa tarde. Não consigo passar por alguém e não dizer nada. 

A maior parte dos pais com quem tinha mais contacto já lá não têm os filhos pois foram finalistas no ano passado. Mas todos os outros que lá ficaram (e os novos que chegaram) e que tal como o meu filho, ainda têm este ano de convívio pela frente, já me conhecem tanto como eu os conheço a eles. 
Vivemos na mesma freguesia e até fazemos compras na mesma padaria ou vamos ao mesmo supermercado e, acima de tudo, os nossos filhos partilham os dias, a sala, o refeitório, o recreio. Um ano inteiro, com um mês de descanso apenas.

Pois hoje, nesta altura do campeonato, ainda fico a falar sozinha nos corredores, ou no portão da escola. Fico chateada mesmo. Fico triste. Será assim tão difícil largar um "bom dia"?? Fico triste por não terem a iniciativa de o fazer, mas ainda fico pior, por não responderem quando eu  lhes dirijo a palavra...

Caramba, será que pensam que a seguir aos bons dias, lhes vou cravar alguma coisa? 

Ai que gente. E que tristeza. Temos pena, mas não desisto.




Rubber Stamp - Hello Speech Bubble



sábado, 21 de setembro de 2013

A ficar composto.

Mais uns tarecos para o quarto do miúdo.

Almofadas novas, com um tecido cujo padrão eu adoro e uns amiguinhos que me encantaram...




Hoje as arrumações chegaram à cozinha. Não foi arrumar por arrumar. Foi facilitar a vida cá de casa. A partir de hoje as louças que são necessárias para colocar na mesa às refeições, passam a estar ao nível dos mais pequenos, de forma a facilitar essa tarefa que será mais vezes da responsabilidade deles. [Os copos são os únicos que escapam para já].




E bom fim de semana, sim? Último dia de verão, toca a aproveitar!!!

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

As gajas.

A minha casa está a ganhar tendências femininas. Enquanto estive em minoria, a coisa não foi fácil. Nada que me preocupasse, nem que me preocupe ainda.
 
Entretanto as coisas equilibraram-se e o mundo das mulheres começa a ganhar espaço dentro do meu ninho.
 
A chegada e o crescimento da miúda fez com que aos poucos a casa fosse ganhando outras cores e outros adereços...
 
Em minha casa já se "fazem papinhas" para os meus netos. Sim já tenho netos. Tenho uma cozinha carregada de loiças, na sala, e uma tábua de engomar. Há uma esfregona e um aspirador. Há bebés embrulhados em mantinhas e fraldas de pano.
 
 Uma casa dentro de outra aos poucos começa a surgir...
 
Depois vieram as malas, cestas, os telemóveis de plástico cheios de autocolantes de princesas e afins. Coisas bem pirosas como se quer.
 
Ou seja, a minha filha começa a descobrir agora o prazer de brincar com os chamados "brinquedos de menina". Mais tarde que outras miúdas que conheço, na minha opinião.
 
 Ela sempre esteve rodeada por "brinquedos de rapaz" - os do irmão e os do primo. Sempre se desenrascou muito bem a fazer corridas e pistas de carros. Sempre gostou de construir pistolas, prédios e torres com os legos. [Esta semana construiu um avião].
 
O meu filho sempre teve carros e bonecas ao dispor, mas a tendência natural levou-o sempre para os carros. Mas foi maravilhoso vê-lo nas semanas seguintes ao nascimento da irmã, a brincar com os seus bebés e principalmente a amamentar as bonecas e a mudar-lhes as fraldas. Claro que não é preciso falar no olhar de soslaio que o pai lhe atirava. Adiante. Isso também lhe passou, mas para mim foi ternurento ver esses momentos.
 
Hoje tenho lá em casa duas crianças com papéis e comportamentos de género mais ou menos definidos. Não tenho preconceito nenhum em relação a isto. Se a minha filha continuasse a brincar com carros e o irmão continuasse a amamentar os bonecos, não ia a correr com eles ao psicólogo para fazer já o despiste e avaliar as tendências deles. (Nem acredito que estou a escrever isto. É que há coisas que são tão naturais que nem fazem sentido ser esmiuçadas como vejo por vezes...)
 
Não os proíbo nem incentivo a brincar com determinados brinquedos... compram-se aqueles que consideramos ser do seu gosto natural e de acordo com a idade ou estado de desenvolvimento em que estão. E pronto. Sem dramas nem grandes reflexões. E principalmente sem grandes stresses.
 
Neste verão fomos a uma feira medieval com eles. Ele trouxe um pião em madeira, com faniqueira e tudo, ela trouxe uma carrinho de boneca em madeira pintado à mão. Adivinhem lá o que aconteceu quando chegaram ao carro? Pois. A troca. E com cada um a achar que o brinquedo do outro é que era mais fixe...
 
O miúdo este verão recusou-se a vestir coisas com padrões floridos. Mas curiosamente continua a vestir polos e t-shirts cor de rosa, sem daí fazer qualquer atribuição ou tirar alguma elação...
 
As coisas devem ser naturalmente naturais. Tão simples quanto isto.
 
Agora entramos numa nova dimensão. A miúda começou a interessar-se pelas minhas coisas. Já calça sapatos, sandálias e chinelos. (Já o fazia antes mas com qualquer calçado que encontrasse, fosse feminino ou masculino) mas agora são as minhas coisas que lhe interessam.
 
Vasculha-me a carteira. Encanta-se com pulseiras e colares. Olha com fascínio para os vernizes e repara de imediato se mudei de cor nas unhas. Passa a mão pelas roupas novas que visto.
 
Passeia-se pela casa com carteiras ao ombro e filhos ao colo ou empurrados em carrinhos. Leva sempre chaves e telemóveis nas mãos e vem sempre despedir-se de nós, como se fosse a algum sitio importante. Um cenário incrível.
 
 
Ontem finalmente, comprei uns sapatos para levar a um casamento que temos em breve.
 
Ela quase entrava em transe!!! Primeiro lançou-lhes uns gritinhos estridentes e uns "ah" e uns "oh" e claro lá foi ela dar uma curva com eles. Foi mesmo só uma curva, porque estatelou-se.
Lá se conformou com a realidade.
 
Saltos são coisa do demo. É mesmo minha filha. 
 
Não esmoreceu e correu para as minhas sabrinas.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Não mata, mas mói.

Aquela coisa de ter a cabeça a ferver com vontades de muita coisa ao mesmo tempo e depois vai-se a ver e esfuma-se tudo e não se concretiza nada.

Nos últimos tempos a minha vida resume-se a isto. Vontade de tanta coisa e nada acontece.

Ah espera. Não é preciso querer! 

Pois.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

A minha vó do coração agora é uma estrela do céu.

Viu-me nascer a mim e aos meus irmãos. Criou-nos como se criam os netos. Os netos de verdade. De sangue. Olhou sempre por nós. Fez-nos ser da família. Ela e os dela foram sempre mais que família. Cozinhou para mim, mimou-me, ralhou-me, lavou-me as mãos e a cara quando me sujava na terra do quintal. Deixava-me dar o milho às galinhas e o farelo aos coelhos. Mandava-me fazer-lhe recados. Era a minha avó. Foi a única que verdadeiramente tive. A única com quem convivi. A minha vó Lininha.
 
 Só ela soube tratar de mim no dia em que a minha barriga quase rebentou de dores, com uma apendicite aguda. Só ela me soube carregar ao colo de forma a minimizar a minha dor física. E era ela que estava à porta de casa à minha espera, com aquele sorriso e com aqueles olhos cor de céu, no dia em que tive alta do hospital. "Anda cá minha menina, que agora trato eu de ti..."
 
Chamo-me Susana porque esse é o nome de uma das netas de sangue dela. A minha prima de coração. Companheira de brincadeiras durante o tempo das férias da escola. Herdei-lhe o nome e as roupas que deixavam de servir. Vesti-as todas orgulhosamente. Herdei-lhe muitos brinquedos, que mesmo usados eram preciosidades para mim.
 
Esta avó era das mulheres mais fortes e despachadas que eu conheci. Ainda consigo fechar os olhos e escutar o barulhos dos chinelos a bater nas escadas de pedra lá de casa. Ela descia e subia aquelas escadas com uma perícia e rapidez que só visto e só ela.
 
Fecho os olhos e consigo sentir o perfume das sardinheiras que estavam em cada degrau dessas escadas. Os vasos que ela adorava e tratava tão bem. Nas mãos dela, tudo floria. As vindimas que fazíamos na ramada. As uvas americanas do quintal de baixo, que ela apanhava para nós antes de irem para o lagar e para a prensa.
 
A minha vó Lininha que esteve presente no meu casamento fez ontem 7 anos e que me deu um abraço e um beijinho de avó à séria e esteve presente na minha festa como se uma neta de sangue eu fosse.
 
A doença não foi meiga com ela e custa-me saber disso, porque não lhe pude valer como ela me valeu a mim tantas vezes.
 
Eu acho que ela esperou pelo dia de hoje de propósito. Obrigada vó Lininha.
 
Cristalizei todos os nossos bons momentos. Foram tantos, mas tantos. Que bom que é ter-te como avó.
 
Um dia voltamos a ver-nos.