Páginas

domingo, 18 de agosto de 2013

Que atire a primeira pedra, pedregulho ou rocha inteira...

Oh pá, ser mãe é daqueles acontecimentos que mudam a nossa vida quer a gente queira quer não. Quer se seja mais ou menos stressada, mais ou menos paciente, mais ou menos despreocupada.

É inevitável. Quanto mais não seja porque assim de um dia para o outro passas a ter seres dependentes de ti seja para alimentar, vestir, educar, dormir (ai ai) and so on, and on...

E amar! Já sei, Não se preocupem que eu amo os meus em conta e medida para me lembrar sempre disso! Mas hoje foi um daqueles dias em que me apetecia não ter ouvido o dia todo a berrar: MÃEEEEE!

Não, não estou a cuspir para o ar, não, não sou mal agradecida pela bênção que tenho, em ser mãe deles. Isso, para mim é daquelas coisas que me deixa sempre contemplativa. Continuo todos os dias a pasmar-me e a agradecer ao Senhor lá de cima, por me ter oferecido assim de mão beijada duas criaturas tão incríveis, tão espertas e tão cheias de asneiras para fazer, mas também tão amorosas e tão amigas como eles (às vezes) conseguem ser.

Agora dou por mim triste por se ter instalado este cansaço da rotina e da azáfama do dia a dia.

5 anos e dois filhos depois, sinto que os aproveito a eles mas não a mim. Sinto que desperdiço muito do meu tempo enquanto mulher. Sinto que me falta fazer mais alguma coisa para além do vestir, alimentar, educar, etc, etc... (o amar é inerente, estará lá sempre, sem necessidade de o referir).

Nestes 5 anos de filhos (quase 6, vá) deixei-os apenas 2 fins de semana. Não conto as noites em que chegamos mais tarde por termos ido a um concerto ou a um jantar, porque para além de terem sido quase inexistentes, eles, nunca ficam a dormir em casa de ninguém o resto da noite, vamos sempre busca-los mesmo que tarde seja.

Confesso que há dias em que me apetece ir ali dar uma curva e voltar, tipo, uma semana depois. 

Eu sei o que nos falta. Eu sei das estratégias todas que devia implementar, eu sei da teoria. 

O meu problema é não colocar nada em pratica. A vida é assim, as rotinas, as ligações e os apoios que existem levam-nos muitas das vezes a cair neste ciclo vicioso. Pelo meio de tudo isto perdem-se coisas muito importantes, mas dessas muito mais haveria para dizer...

Hoje era dia de programa fora de casa, para aproveitar este Verão estranho e sugar energias para acumular para os dias cinzentos. Acabamos por não fazer nada. Há muito que os domingos deixaram de ser em família alargada, porque também essas pessoas sentiram necessidade de pedir descanso. Por isso, vamos vivendo os fins de semana ainda mais em família nuclear o que sem dúvida aumenta o tal cansaço...

De tarde desliguei-me deles literalmente e dormi. Quem me conhece sabe os problemas que a miúda sempre teve para dormir de noite, e quem leva por tabela? Pois. Há momentos que sinto que vou adormecer em pé. Há outros em que sinto que era capaz de estar acordada noites seguidas, tal é já o meu distúrbio de sono. Mas vai-se andando. Vai-se aguentando calada. Ou não. Hoje apeteceu-me gritar. Aqui.

Agora que atire a primeira pedra quem não tem vontade de "fugir" de casa, assim, um fim de semana por mês, ou fazer umas noitadas diferentes, a dois, ou com aquele grupo de amigos que passa a vida a reclamar as saídas que deixaram de acontecer...






3 comentários:

  1. Aqui está uma mãe real,
    quem não passa por isto?
    quem não tem os mesmos sentimentos de fuga?
    Quem, quem, quem? Que atire a 1ª pedra, muito bem ;)

    Beijocas boas, Su <3

    ResponderEliminar
  2. Respostas
    1. Tive esse sentimento o fim de semana passado e que se prolongou até ao feriado. Com eu digo aos dois D's. preciso de férias de vocês. Por isso vemos lá???!!!!!!

      Eliminar