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terça-feira, 30 de outubro de 2012

Natal com coração

Todos os anos me surgem ideias de coisas e iniciativas que gostava de realizar. Depois entro naquele comodismo habitual e acabo por não fazer nada.
Este ano jurei a mim mesma que seria diferente. As ideias já cá estão mas falta-me organizá-las e pô-las em prática.
Sou apologista de que as crianças devem ser ensinadas a poupar e gerir o seu dinheiro desde cedo. Também considero fundamental que todos os pais partilhem com os filhos as dificuldades que sentem na gestão do orçamento familiar.
Basicamente acho importante que os miúdos aprendam e saibam lidar com o facto dos pais não lhes poderem comprar tudo o que desejam. Seja no Natal, seja em qualquer época do ano. Esconder as dificuldades só alimenta neles conceitos e noções erradas da realidade familiar.
Todos nós queremos o melhor para os nossos filhos. Às vezes deixamo-nos ir na "onda" deles e embarcamos numa viagem de gastos e compras supérfulas e até para além dos limites que tinhamos estabelecido. Muitos há, que com os presentes de Natal arrasam com qualquer tentativa de controlo orçamental.
É uma tarefa dificil, pois somos bombardeados (crianças e adultos) por todos os lados e de todas as formas possiveis e imaginárias. Resistir, por vezes, tem que ser o lema.
Se precisamos de um pretexto para controlar, condicionar ou mesmo alterar os nossos gastos desmedidos, que seja agora com a crise. Ela tem as costas largas e também pode levar com isto.
Aprendamos a gerir, controlar e regrar as nossas finanças. Mas primeiro, temos que mudar os nossos hábitos, os nossos ideais, as nossas ideias, a importância que damos às coisas. É uma questão de atitude. É dificil? Muito. Mas não é impossível.
Voltar a valorizar a máxima do SER em detrimento do TER.
Eu aqui me confesso, que apesar de não me achar uma gastadora compulsiva e ter uma noção de prioridades bem resolvida, também dou por mim a gastar em coisas que não devia, ou pelo menos que não devia comprar em determinadas alturas. Quem não o faz??
Mas também me orgulho de já ter parado para pensar nisto há muito. Não somente agora perante esta crise instalada.
As mudanças têm sido feitas mês a mês, ano a ano. Já consigo olhar para trás e ver que algumas aconteceram.
Por tudo isto, decidi que haverá regras para os presentes de Natal (oferecidos e recebidos)  neste ano.
Os presentes para os adultos, serão baseados em pequenas lembranças, dentro do possivel, feitos por nós em casa, ou então coisas que realmente sejam de serventia, ou prendas em parceria, como costumo chamar, que mais não é do que nos juntarmos a outra pessoa e comprar e oferecer a "meias". A lista de adultos a receber presentes também foi drásticamente reduzida.
Para as crianças, acabaram-se os presentes às dúzias para cada um. Apesar de não acharem grande piada à roupa como prenda, têm que passar a valorizar esses presentes, pois se os pais pouparem no orçamento com a compra de um casaco ou de um par de sapatos que possam ser oferecidos pela avó ou pela madrinha, óptimo!  
Sendo assim, decidi partilhar as minhas ideias, pois pode ser que influencie mais alguém. Ideias é o que não faltam por aí, agora falta meter os pés ao caminho!
Por alturas do Natal, surgem em catadupa iniciativas para ajudar crianças e familias com dificuldades. Sejam crianças que vivem em Instituições, ou não.
Fico feliz por continuar a haver quem se preocupe e continue a colaborar com tais iniciativas. São necessárias.
Mas eu este ano decidi fazer diferente. Não que o meu orçamento familiar não tenha sido abalado, como o de toda a gente. Também eu ainda não sei se receberei subsídio de Natal. Mas tendo em conta que já eliminei algumas despesas que costumava ter com alguns presentes, acho possível redistribuir as finanças de forma a poder ajudar, nem que seja pelo menos uma família. Proporcionar um Natal mais tranquilo, acolhedor e onde as suas crianças possam também dar gargalhadas e suspirar uns quantos aiiiiss, unnnns e ohhhhh  ao abrir os presentes. Tal como os meus filhos.
Não vou a nenhuma instituição. Vou escolher uma familia que esteja ao meu alcance, perto de mim, cuja realidade eu conheça.
Se pararmos para ver com olhos de ver, há tantas, certo? E aquelas que até à pouco tempo viviam razoavelmente e agora passam mais dificuldades.
Dificuldades silenciosas. Aquelas que ainda não lhes permitiram ter a coragem para pedir ajuda. E aqueles que infelizmente não têm ajuda de família? Não têm pais, sogros para dar apoio?
Pois. Neste Natal, comigo será assim.
(E que fique, aqui, bem assente que eu não acho que um queijo da serra, chocolates, frutos secos ou um bolo rei sejam bens supérfulos nesta altura. Todos gostamos, certo?)
Façamos Natal, então!
Angel Salt Dough Christmas Ornament / Peace Angel


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